Eu já falei por aqui antes que dar feedback é essencial no ambiente de trabalho, por isso, precisamos:
1) estar sempre abertos a receber; e
2) saber como fornecer da melhor forma possível.
mas um detalhe que não podemos perder de vista é: a abordagem do feedback deve ser conforme a faixa etária dos colaboradores.
Por que?
As expectativas das gerações sobre trabalho são muito diferentes, por isso é importante ajustar a forma como você dá o feedback.
Entender essas diferenças pode ajudar a garantir que o feedback seja recebido de forma construtiva e que resulte em melhorias no desempenho e na colaboração.
Por exemplo, existe um mito de que a Geração Z não se importa com o trabalho, mas isso não é verdade. Na realidade, os Genz Z valorizam desenvolvimento pessoal e profissional e buscam feedback constante para aprimorar suas habilidades.
Nesta edição do Inspirinovadores, decidi explorar como adaptar a entrega de feedback crítico para diferentes gerações no local de trabalho. Vamos lá?
Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964)
Os Baby Boomers cresceram em um período de crescimento econômico, durante o período da Revolução Industrial, por isso, eles valorizam a estabilidade no emprego, a lealdade e a hierarquia.
No ambiente de trabalho, por exemplo, eles são conhecidos pela dedicação, ética de trabalho forte e resistência a mudanças bruscas. É comum que eles tendem a preferir uma comunicação mais formal.
Para fornecer feedback crítico a essa geração, é preciso levar em conta a experiência e conhecimento de um baby boomer.
Comece enfatizando os pontos fortes antes de introduzir o que deve ser melhorado, essa é uma estratégia que, quase sempre, funciona!
Além disso, é importante entregar o feedback pessoalmente sempre que possível, pois os Baby Boomers valorizam interações cara a cara. O feedback deve ser claro e específico, e deve incluir exemplos sobre como melhorar.
Geração X (nascidos entre 1965 e 1980)
A Geração X é conhecida por sua independência, pragmatismo e adaptabilidade. Ela cresceu em uma época de transição tecnológica e crises econômicas, e por isso, desenvolveu um forte senso de autossuficiência. No local de trabalho, eles tendem a ser céticos em relação à autoridade e preferem trabalhar de forma autônoma.
Para fornecer feedback a essa geração, é importante adotar uma abordagem direta e honesta, sem rodeios. A Geração X aprecia a franqueza e a transparência, e até prefere que o feedback seja entregue de maneira clara e objetiva.
É importante também proporcionar autonomia para implementar as mudanças necessárias, pois a geração X valoriza a liberdade e as independências.
Dar o feedback para a Geração X significa respeitar sua independência e fornecer o espaço necessário para que eles possam agir de acordo com as sugestões recebidas.
Millennials (nascidos entre 1981 e 1996)
Os Millennials, ou Geração Y, cresceram em um mundo digital e são conhecidos por sua adaptabilidade e foco em propósito e impacto. Eles valorizam a inovação, o trabalho colaborativo e o desenvolvimento pessoal.
No ambiente de trabalho, os Millennials buscam significados em suas funções e estão sempre à procura de feedback para melhorar e crescer. Para fornecer feedback a essa geração, é essencial dar feedback frequente e em tempo real. Eles preferem não esperar por revisões anuais e apreciam a oportunidade de corrigir seu curso imediatamente.
Explicar como as melhorias se alinham com os objetivos pessoais e profissionais deles pode ajudar a contextualizar o feedback.
Além do mais, envolver os Millennials no processo de feedback, incentivando o diálogo e a co-criação de soluções, também é uma abordagem que deve ser levada super em conta!
Essa personalização é necessária porque eles respondem melhor a um feedback contínuo e colaborativo que esteja alinhado com suas aspirações e valores pessoais.
Lembrem-se: os millennials normalmente pensam em inclusão e podem esperar uma abordagem mais informal de coaching ou mentoria.
Geração Z (nascidos a partir de 1997)
A Geração Z é a primeira totalmente nativa digital, e desde que entrou no mercado de trabalho, vem sofrendo uma série de estigmas sobre preguiça, desinteresse e falta de compromisso. Mas, isso não é verdade.
De acordo com o estudo de caso sobre o futuro do RH da consultoria MCKinsey, existem algumas características pontuais sobre essa geração:
- Os jovens da Geração Z são mais realistas e pragmáticos que os millennials. Não podem ser definidos por rótulos, são abertos ao diálogo e levam tudo com mais humor e leveza, principalmente por não carregarem o peso de mudar o mundo atual.
- Não há barreiras entre o mundo on e offline neste grupo. A intimidade e facilidade com smartphones, aplicativos, redes sociais, e alterações constantes entre necessidades e desenvolvimento, solidificaram esses novos profissionais em áreas que preservam e valorizam a mudança e adaptação.
- Os negócios e o mercado consumidor também se adaptaram a eles. Nada mais é encontrado numa só plataforma. Tudo muda o tempo todo, e quem entende as tendências, sai na frente.
- A Geração Z faz suas escolhas com base em valores e alinhamento com sua visão de mundo. Eles confiam em marcas que respeitam seus princípios e são leais a elas. Campanhas que apoiam causas como os direitos dos negros, LGBT e das mulheres têm um forte impacto nessa geração.
- Para a Geração Z, as comunidades são essenciais para a troca de experiências e a realização de objetivos. Eles valorizam a autenticidade e preferem interações de qualidade. Influenciadores com menor alcance, mas maior engajamento, são mais impactantes para eles.
A geração Z, que estará presente em 27% do ambiente corporativo de acordo com a WeWork, tendem a ser práticos, tecnológicos e orientados para resultados.
No ambiente de trabalho, os membros da Geração Z são rápidos na adaptação a novas tecnologias e valorizam um ambiente de trabalho que seja flexível e inclusivo.
Contrariando o mito de que não se importam com o trabalho, os membros da Geração Z buscam sim feedback constante para aprimorar suas habilidades e alcançar seus objetivos.
Utilizar ferramentas digitais e plataformas de comunicação que eles preferem para fornecer feedback é uma estratégia importante e que os líderes precisam ficar atentos!
Prefira feedbacks rápidos e concisos, se adapte e faça isso com uma comunicação ágil. Enfatizar como o feedback pode ajudá-los a crescer e progredir na carreira, e fornecer recursos e oportunidades de desenvolvimento, é fundamental para essa geração.
Conclusão…
Adaptar a entrega de feedback conforme a idade dos colaboradores pode aumentar significativamente a entrega das críticas e sugestões, mas é preciso sim respeitar as diferenças geracionais, porque esse é um dos detalhes que ajudam a construir uma cultura de feedback positiva, onde todos se sentem valorizados e incentivados a crescer.
Claro, alguns princípios são fundamentais!
É preciso ser empático, se colocar no lugar do outro e ser assertivo para evitar mal-entendidos.
Sugerir caminhos e soluções também sempre é uma boa pedida, ao invés de apontar apenas os problemas.
Além do mais, é preciso permitir que o receptor do feedback expresse suas opiniões e preocupações através da escuta ativa podendo fortalecer a eficácia do feedback.
E aí? Você já tinha pensado nisso? Me conta nos comentários!